sexta-feira, 1 de julho de 2011

Estou sorrindo

Em meio aquele bafáfá de indíviduos nada mexeriqueiros a esperar o casamento tão venerado da filha do senhor Severino, ou melhor, o quase-enlace, ouvi-se de sobressalto:
- Não te aceito, não!
Era o quase lascado do noivo a negar a ex-futura-esposa. E com isso entre aqueles convidados um pouco espivitados começou-se o burburinho: -Hãn? O quê?
O pai, velho cabra macho do sertão da Paraíba gritou: - O que esse cabra "tá" pensando?
Nesse instante passa por a grande porta da sacristia, uma criatura a gritar e chorar: - Não casa, não, Chico! Eu gosto de tu! Eu tenho um pedaço de tu em mim! Dentro de mim!
E o pai da então, não mais noiva, danou-se de querer matá-lo de uma grande surra -muito merecida.
Por sorte do garanhão, ele conseguira fugir junto da mulher revelada, em conta de uma parte da platéia a tentar conter o Severino.
- E agora, como fica tu, filha minha? Nervoso indagou o velho.
- O que se faz aqui, paga-se aqui! A pobre ex-noiva falou.
Decorridos alguns anos, os quais serviram de degraus para a não mais pequena noivinha, a menina tinha crescido, estudado e trabalhava. Era dona de sua vida, não era motorista de cozinha. No entanto, o noivo besta que foi, tinha agora barriga de cerveja, oito filhos, não tinha verba, e ainda por cima, desfrutava de uma esposa adultera. A ex-noivinha fez a seguinte caridade: Riu por último, e muito.

Autoria de: Halany Gomes

Um comentário: